Viva!

E então o blog completou um ano! O primeiro post foi escrito e publicado no dia 6 de dezembro de 2015, era um domingo e na segunda-feira de manhã eu iria atravessar São Paulo até o consultório do meu urologista pra tirar o duplo J. Eu tinha feito a cirurgia na sexta-feira e passei o fim de semana com aquele cateter dos infernos com a cordinha pra fora. Deus, como doía. Naquele domingo, não sei se eu sofria mais com o duplo J em si ou com o medo de tirá-lo - e olha que eu já tinha passado por isso antes.

Mas enfim, estou contando tudo isso pra dizer que foi por causa desse medo que eu resolvi criar este blog. Não é nada demais, eu sei. Mas a ideia era levar informações a quem passa pelas mesmas angústias que eu estava passando naquele momento, e que já enfrentei outras vezes.

E eu sei, também, que não importa o quanto digam que a gente não deve pesquisar coisas de saúde no Google, porque de um jeito ou de outro chegamos à conclusão de que estamos com câncer e vamos morrer, a gente pesquisa. Mas o mais legal desse blog é que tanta gente resolveu ajudar, compartilhando as suas experiências com o duplo J. Fico muito feliz em saber que aquele post - disparado em visitas por aqui - "ajuda", de alguma forma, tanta gente. E espero que continue ajudando e recebendo tantas contribuições \o/

Urografia Excretora: como é o exame?

Estava aqui pensando sobre o que escrever no blog e me lembrei desse exame do inferno que eu fiz há uns 7 anos e que espero nunca mais fazer na vida. Mas se você chegou até aqui porque vai precisar passar por ele, sem pânico (vamos ignorar minha introdução alarmista): o exame, em si, é tranquilíssimo. O problema mesmo é a preparação, então vamos por partes...
 
Preparação
Eis o grande problema da urografia excretora: para se preparar, além daquele jejum de 8 horas que todo mundo já conhece, é preciso fazer uma "limpeza" intestinal na noite anterior. Isso significa que você vai precisar tomar laxantes e antigases. Fácil, né? Não! Se lembro bem, o hospital onde eu fiz o exame indicava um cardápio para o jantar e eu segui direitinho, mas se eu posso te dar uma dica que vai evitar muito sofrimento é: coma pouquíssimo! A dor de barriga que vem com esse kit limpa-intestino é daquelas que a gente não esquece jamais. Ah, nem pensa em tentar dormir durante a noite, vai ser inútil...

Cateter duplo J

Dando uma olhada nos acessos do blog, percebi que a maioria das pessoas chega até aqui pesquisando sobre o cateter duplo J. Então acho que, como o assunto interessa tanto, vale falar um pouquinho mais sobre ele. Certo?

O duplo J é um cateter (ah vá) que serve para "drenar" o rim - quer dizer, ele vai ajudar a urina a seguir o caminho que ela deveria fazer normalmente, mas que está bloqueado por algum problema (rim>ureter>bexiga>uretra). Pode ser porque tem um cálculo renal parado em algum lugar ou porque você já fez uma cirurgia e precisa deixar que tudo cicatrize bonitinho.

 

O chá de quebra pedras funciona mesmo?

Não sei. Mas como assim você escreve um post que não responde à pergunta do título? Pois é, eu não sei. A verdade é que em muitos anos de cálculo renal eu ouvi todo tipo de coisa. Conselho de gente que tem truques infalíveis, vídeos no Youtube sugerindo que você coma a parte branca da melancia, tome água com vinagre de maçã, tome litros de chá de espinho de carneiro, chá de quebra pedra, plante bananeira... 

A retirada do cateter duplo j (sem anestesia)

E finalmente chegou a hora de tirar o duplo j - normalmente a última etapa da saga contra a pedra no rim. Mas se por um lado você está super ansioso pra se livrar daquele negócio incômodo e acabar de vez com o pesadelo, por outro, sente um arrepio na espinha só de pensar naqueles 40 cm passando beeeeem lentamente pela sua uretra. Eu entrei em pânico.



Este "caninho" é o duplo j. Uma ponta fica
no rim e, a outra, na bexiga

Bom, não tenho certeza, mas acredito que esse procedimento varia de médico pra médico. Nas duas vezes em que precisei retirar o cateter, foi no consultório mesmo, sem anestésico nem nada. É só deitar lá e tudo leva apenas alguns segundos (um bocado de suor e tremedeira também, no meu caso).

O pós-cirúrgico (retirada de pedra no rim)

No último post eu falei sobre a ureterorrenolitotripsia, a cirurgia que fiz por vias endoscópicas para me livrar das pedras no rim. Aqui, vou falar um pouquinho sobre o que a gente vê antes de apagar e o pós-cirúrgico.

Bom, se estiver com medo, pode ficar tranquilo porque provavelmente você não vai ver nada. Depois de internado, faz a preparação normal para um procedimento cirúrgico (toma banho, coloca aquela roupa horrorosa e espera um enfermeiro vir com aquela maca de rodas te buscar) e vai para o centro cirúrgico. Talvez você já durma nesse caminho mesmo (se te derem um remédio ou injeção para isso), talvez só apague quando tomar a anestesia na sala de cirurgia. Eu passei por todas essas situações e pra mim isso não faz muita diferença. 

Cirurgia para retirar a pedra no rim

Então vamos lá: uma vez identificado o cálculo renal e diagnosticado que ele não vai ser expelido sozinho (porque é muito grande, porque você tem uma estenose, porque já esperou os 15 dias e nada aconteceu, ou por algum outro motivo), chega a hora de definir como vai ser a cirurgia. E se você acha que a dor parou e que tudo bem deixar a pedra lá, pode esquecer: é problema na certa! Uma pedra parada no seu ureter pode causar problemas sérios - como a passagem de urina fica bloqueada, seu rim começa a inchar, inchar, até que começa a perder suas funções. Além disso, você pode pegar até uma infecção. A gente quer evitar isso, certo? Então encaremos o centro cirúrgico.