O pós-cirúrgico (retirada de pedra no rim)

No último post eu falei sobre a ureterorrenolitotripsia, a cirurgia que fiz por vias endoscópicas para me livrar das pedras no rim. Aqui, vou falar um pouquinho sobre o que a gente vê antes de apagar e o pós-cirúrgico.

Bom, se estiver com medo, pode ficar tranquilo porque provavelmente você não vai ver nada. Depois de internado, faz a preparação normal para um procedimento cirúrgico (toma banho, coloca aquela roupa horrorosa e espera um enfermeiro vir com aquela maca de rodas te buscar) e vai para o centro cirúrgico. Talvez você já durma nesse caminho mesmo (se te derem um remédio ou injeção para isso), talvez só apague quando tomar a anestesia na sala de cirurgia. Eu passei por todas essas situações e pra mim isso não faz muita diferença. 



Algum tempo depois (realmente não sei quanto tempo dura essa cirurgia. Acho que depende da dificuldade do caso, do número de pedras, entre outros), você acorda numa grande sala chamada pós-operatório. Lá, além de você, certamente haverá outras pessoas que também passaram por alguma cirurgia e estão esperando pra receber alta dali e voltar para o quarto. As camas ficam divididas por cortinas e, se for preciso, a enfermeira poderá fechá-las para dar privacidade. 

Esse tempo que você passa no pós-operatório é uma loucura. É aquela hora que você volta da anestesia e demora um tempo até entender, fala um bocado de bobagens para as enfermeiras e começa a morrer de frio. Fiquei quatro vezes nessa situação: nas três primeiras foi tranquilo; na última, um incômodo danado. Eu senti dor, reclamei a beça, sei que me deram morfina e, depois de algum tempo, percebi que a dor era vontade de fazer xixi! E qual não foi a minha surpresa quando falei isso a uma enfermeira e ela respondeu "tudo bem, vou pegar uma comadre". OI? COMADRE? AQUELA COISA QUE PARECE UM PENICO? EU NÃO POSSO LEVANTAR E IR AO BANHEIRO, PELO AMOR DOS DEUSES? Não, eu não podia. E lá veio a comadre e assim é a vida - você faz coisas que nunca imaginou. Bexiga esvaziada (não sem sofrimento, dor, mais dor, e um pouco de constrangimento - não muito, porque a anestesia ainda dá uma ajuda), a dor passou.

Bom, quando o médico responsável por aquele setor vê que você está bem, ele autoriza sua volta para o quarto. Lá, você ainda fica meio grogue, não pode andar sozinho e precisa chamar a enfermeira na primeira vez que levanta (mesmo estando com acompanhante). Aí acontece tudo normal: tira aquela roupa horrível e coloca uma sua, toma uns remédios na veia, já fica liberado pra comer e deve fazer xixi. Uma vez só eu tive problema com isso: não conseguia fazer de jeito nenhum, só consegui mesmo depois da ameaça de colocar uma sonda =/ Ainda vai sangrar e doer um bom tanto (acho que depende do quanto a cirurgia te machucou. Na primeira vez, quase não senti nada. Na última, doía muito).

Eu sempre fiz essa cirurgia num dia e saí no outro. Já saí até no mesmo dia! Ainda se sente algumas dores na bexiga/uretra e no rim (eu acho, às vezes elas se confundem) e o cateter vai estar lá. Depende do seu médico o tempo que você vai permanecer com o duplo J depois da cirurgia. E aí tem duas opções: ou ele deixa uma cordinha pra fora, pra puxá-la no consultório mesmo, ou deixa tudo lá dentro, e você terá que fazer tudo de novo no hospital para tirá-lo. Mas essa é uma outra história que vai ficar pra outro post. Por enquanto, é isso ;-)